No documento, assinado por Luis Erlanger, da CGCOM (Central Globo de Comunicação), a Globo salienta sua preocupação com a Classificação Indicativa de sua programação, ressalta a cobertura do jornalismo em torno dos casos de intolerância e diz que não se envolve no processo criativo de seus autores.
"Quanto à possibilidade de a emissora vir a recomendar o beijo gay a seus autores, cabe fazer uma distinção. Estimular que os autores abordem causas de interesse da sociedade, promovendo princípios, valores e direitos universais, é sem dúvida papel de uma empresa de comunicação consciente de sua responsabilidade social, uma vez que o convite à reflexão sobre a realidade por meio da ficção contribui com a transformação social", esclarece.
São citados também exibição dos "selinhos" gays em algumas de suas produções, como em "Mulheres Apaixonadas" e "Queridos Amigos". Entretanto, a emissora não explica o motivo de ter censurado os beijos gays da novela "América" e da série "Clandestinos", que chegaram a ser escritos e gravados e que, por fim, foram "cortados" de última hora na edição final.
"A teledramaturgia – diferentemente das questões éticas e sociais – não é o ambiente adequado para levantar bandeiras de comportamento moral no campo da sexualidade, baseada na individualidade. Televisão é o espaço do coletivo. (...) Sabemos o importante papel que a transgressão e o politicamente incorreto podem muitas vezes exercer com relação ao desenvolvimento humano e a evolução da sociedade", reconhece.
Em sua última frase, a direção da emissora deixa claro que não vai exibir o beijo gay tão cedo por "medo" de desrespeitar a parte dos telespectadores mais "conservadores" e que não entendem o real significado da homossexualidade.
"Esse desafio torna-se ainda mais difícil quando se trata de respeitar uma audiência não-segmentada, múltipla em suas expectativas e preferências", encerra.
via Portal PS
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