Com um bloco na mão, Guilherme Winter mostra ao blog que, antes de se tornar ator, chegou a ganhar algum dinheiro como desenhista. Ainda garoto, o intérprete do personagem Renato de “Ti-ti-ti” já tinha interesse pelo assunto, tanto que, aos 16 anos, matriculou-se na Escola PanAmericana de Arte em São Paulo, onde aprendeu aquarela, entre outras técnicas, durante três anos. Mais tarde, ele entrou para uma faculdade de desenho industrial, mas acabou trancando e foi trabalhar, quem diria, como cenógrafo num resort da Bahia.
- Fiquei seis meses confinado na ilha onde funciona o hotel. Mas lá eu aprendi a fazer cenários para shows, cenários para esquetes de humor, eu tinha bastante trabalho e apenas 22 anos, foi uma grande experiência - conta.
Numa trajetória curiosa, Guilherme largou o trabalho na Bahia e foi para Avaré, interior de São Paulo, trabalhar também em hotel, mas, desta vez, como instrutor de barco a vela.
- Jogava na onze - diz. - O pessoal do hotel me botava para fazer trilha também. Fazia de tudo um pouco. Se o cara do golfe faltava, eu ia lá ensinar o esporte aos hóspedes.
Mas, depois de trabalhar como cenógrafo, ele percebeu que não queria ficar na coxia (muito menos fazendo caminhadas com turistas) e, sim, em cima do palco. A vinda para o Rio para estudar teatro foi decisiva na sua carreira.
- Entrei para TV depois de passar no teste para “Cobras & lagartos” - conta ele, que estudou durante dois anos na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). - Como Renato, faço meu primeiro papel de destaque.
Com 1,84m, Guilherme nunca trabalhou como modelo, apesar de sempre ter escutado dos amigos que as passarelas poderiam ser um caminho para ele. No Rio, onde mora há seis anos, trabalhou como vendedor de loja de roupas para pagar as suas contas.
- Ser modelo nunca foi minha praia - diz.
E tem mais. Além de desenhar e pintar (o quadro abaixo com tinta acrílica é dele), Guilherme sabe tocar violão e está fazendo aulas de trompete.
- Tenho uma galera que faz um som de Beatles a Chico Buarque toda segunda-feira num restaurante na Gávea - avisa. - Quem sabe um dia eu faço um pocket show.
Filho de uma bibliotecária e de um advogado, no início sua família ficou preocupada com sua decisão profissional. Mas, agora, já estão mais confiantes no seu talento.
- Depois que você aparece na telinha, todo mundo gosta - brinca.
Abaixo, um quadro feito pelo ator
via kogut
